quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Primeira Impressão

Olhamos,e sempre falamos algo.Sempre com a mesma prepotência,a mesma frieza,o mesmo desdém.Pelas janelas que encontramos por aí,sempre nos absorvemos em olhar através desse retângulo sem nos perguntar o que está além disso,além da moldura que nos é colocada constantemente diante de nossos olhos.O homem que se aventura a enxergar além sempre encontra uma nova tela pintada completamente diferente da anterior.Quanto mais se enxerga além mais se tem certezas contraditórias sobre fatos diversos.Mais um ciclo vicioso se apodera do mundo.Uma eterna confusão sem solução,sem saída.A única certeza é a raiva sobre a ineficiência humana.A raiva sobre tantos perdidos borbulhando declarações profanas em suas bocas.Animais trocando de pele nas esquinas como larvas malditas propagando a doença infernal de um sistema podre.Numa mensagem como esta se vê o exemplo da inércia improfícua que assola a todos.Seu efeito é o mesmo de um grito,um latido que irrita aos ouvidos de quem ouve e não causa efeito benéfico algum.Então uma pergunta sobre o motivo desse discurso é inútil,pois não há crítica que tenha bons efeitos a não ser que a pessoa queira.Isso tudo é sobre o sentimento de exaustão que sinto.Sobre atitudes iguais em todos os lugares.Sobre peles forjadas e vestidas por todos sem nunhuma resistência.Sobre prepotentes achando soluções de equações de variáveis infinitas.Sobre mecanismos criados para o definhamento de nossa raça.Sobre como a poesia morre a cada dia num alvorescer fétido que me enoja constantemente.É por isso que escrevo palavras tão desagradáveis,por que apesar de ter a certeza de que sempre haverá novas considerações e imagens além do vidro da janela,eu faço parte da mesma merda que vocês.

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